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Hidrovias: prioridade para o desenvolvimento logístico é discutida em evento em Brasília

Na manhã desta quarta-feira (10), o “Café da Manhã, Logística e Infraestrutura”, promovido pela Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi) em conjunto com o Instituto Brasil Logística (IBL), reuniu autoridades e representantes do setor hidroviário e logístico do país, em Brasília. O foco do evento foi a discussão sobre o fortalecimento das hidrovias como um modal estratégico para a infraestrutura nacional. 

Mariana Pescatori, secretária-executiva do ministério de portos e aeroportos, presente no encontro, destacou o papel da pasta nesse setor. “O que a gente pode falar do ministro Silvio é que ele, efetivamente vai dar essa voz, essa prioridade para que a gente possa fomentar o modal hidroviário”, expressou Pescatori.

Ela também ressaltou o compromisso do governo em priorizar o desenvolvimento das hidrovias nos próximos anos. “A gente teve nos últimos anos um enfoque muito grande nesse setor, e agora a gente tem agora um dever de casa muito grande para os próximos três anos de fomentar o modal hidroviário porque a gente sabe o quanto isso é importante para o país”, afirmou.

Para ela, as hidrovias são importantes não só em termos de movimentar cargas por um modal que é muito mais eficiente até em termos energéticos. ”Porque a gente está pensando em políticas de descarbonização do setor, por isso estamos discutindo com a ANTAQ as concessões hidroviários e porque não falar em créditos de carbono nesse setor para que a gente possa tornar essas construções hidroviárias mais viáveis”, afirmou. 

Pescatori mencionou também os esforços em curso para desburocratizar o setor e tornar as hidrovias mais atrativas para investimentos. “A gente sabe que tem um desafio não só de fomentar na parte de concessões, mas também na parte de governança. A ideia é que a gente consiga criar uma Conahidro nos moldes do que a gente tem na área de rodovias, para que a gente possa discutir toda a legislação do setor”, explicou.

Além disso, a secretária-executiva destacou os investimentos públicos recentes no setor hidroviário. “No ano passado, tivemos o maior investimento público no setor hidroviário, foi o recorde de todos os anos: R$ 650 milhões. Esse ano, já vamos ter investimento de R$ 700 milhões”, revelou.

A batalha pela manutenção dos recursos destinados às hidrovias foi outro ponto abordado por Pescatori. “Ontem foi uma batalha junto à Casa Civil pra que a gente conseguisse manter os recursos da Eletrobras destinados pra hidrovia do Madeira e do Tocantins”, disse, ressaltando a importância desses investimentos para viabilizar as concessões que estão sendo estruturadas.

Por fim, ela reiterou o compromisso do governo em priorizar as hidrovias. “É bastante importante deixar claro a prioridade pra este governo de que a gente vai dar para as hidrovias”, concluiu.

Em seguida, presidente da Frenlogi, Senador Wellington Fagundes, iniciou sua fala destacando o decreto publicado nesta terça-feira (9) sobre a criação da Secretaria Nacional de Hidrovias e Navegação junto ao Ministério de Portos e Aeroportos. “Com essa nova secretaria, temos expectativas de alavancar esse setor tão importante para o nosso país”, enfatizou.

Ele também ressaltou a necessidade de modernização do setor e adaptação das embarcações às especificidades de cada hidrovia. “Com a tecnologia hoje disponível no mundo não é mais os rios que se adaptam às embarcações. Nós temos perfeitamente condições e que essas embarcações possam se adaptar a cada especificidade de cada hidrovia”, argumentou.

O senador reforçou a importância do evento para provocar discussões no Congresso Nacional e junto aos órgãos competentes. “A discussão desse evento aqui ele é muito oportuno pra que vocês, que conhecem as novidades do setor, possam estar aqui nos apresentando pra que a gente possa então discutir mais a miúde não só aqui neste evento mas pra que a gente possa provocar também no âmbito do Congresso Nacional seja na comissão de infraestrutura ou junto aos ministério as ações que efetivamente precisamos fazer pra que esse setor de hidrovias possam ser realizados no Brasil”, destacou.

Por fim, Fagundes expressou otimismo em relação ao futuro do setor, ressaltando a importância da participação dos técnicos e profissionais que lidam diariamente com as questões relacionadas às hidrovias. “Eu fico aqui, muito mais na expectativa daquilo que vocês poderão estar nos apresentando, principalmente as pessoas que lidam no dia a dia que poderão estar aqui nos expondo e nos aguçando pra que a gente possa então estar fazendo com que através agora principalmente dessa secretaria criada a gente tem esse foco específico”, concluiu.

Também presente na abertura do encontro, o presidente do Instituto Brasil Logística (IBL), Ricardo Molitzas, enfatizou a relevância das hidrovias para o progresso econômico e social do país e ressaltou o potencial das vastas redes pluviais do Brasil para impulsionar esse modal. ”Com as extensas redes pluviais, o Brasil possui um potencial extraordinário para a utilização deste proporcionando uma alternativa eficiente e sustentável para o transporte de cargas, especialmente em um país de dimensões continentais como o nosso”, explicou.

Molitzas destacou ainda a importância da colaboração entre o setor público e privado. “No entanto, pra que este potencial seja plenamente explorado, é necessário que trabalhemos juntos, unindo os esforços do setor público e privado, allém da atuação assertiva como representado pela Frenlogi para superar os desafios e criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do transporte hidroviário em nosso país”, ressaltou.

O presidente do IBL finalizou sua fala enfatizando a importância do evento como uma oportunidade para trocar ideias, compartilhar experiências e alinhar estratégias que impulsionem os investimentos e a competitividade da logística fluvial brasileira.

A ex-senadora Katia Abreu também esteve presente e alertou sobre os desafios enfrentados nas estradas brasileiras e defendeu a transferência de parte do transporte de cargas para modais mais eficientes. “Eu acredito, sinceramente, que nos próximos dez anos, com o andar da carruagem e com os poucos recursos que nós temos para investimentos, que nós podemos sofrer um apagão nas estradas do Brasil, principalmente com o aumento da safra e que se Deus quiser com o crescimento do nosso país”, ressaltou.

Já o deputado Sidney Leite enfatizou os esforços para integrar o potencial das regiões de Rondônia, Acre e Amazonas com a hidrovia do Solimões. “Estamos agora trabalhando no sentido de que a gente possa juntar o potencial de Rondônia, Acre e Amazonas, com a hidrovia do Solimões, aproximando do Peru, de um grande investimento que tem lá, de um porto financiado pela China, e no sentido da gente aproveitar esse modal”, explicou.

Finalizando a abertura do encontro, o ex-senador Romero Jucá destacou a complexidade da logística e a necessidade de prioridade política para enfrentar os desafios do setor. “E a logística é uma situação muito complexa, que precisa de prioridade política, por isso é muito importante essa discussão, para que a gente possa dar as condições ao país para que o Brasil possa ocupar um espaço ainda maior no mundo”, afirmou Jucá. 

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