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Nova fronteira agrícola produz 69% da soja e do milho, mas só escoa 34%, afirma CNA

A produção agropecuária no Brasil continua a surpreender, atingindo um crescimento notável de 15,1% em 2023, o maior desde 1995, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). No entanto, apesar desses recordes, o país ainda enfrenta desafios significativos no escoamento de sua produção.

O transporte predominantemente rodoviário, aliado à escassez de infraestrutura ferroviária e hidroviária, bem como aos obstáculos de acesso aos portos, especialmente na metade norte do país, tem sido um entrave para o eficiente escoamento e exportação dos produtos agrícolas brasileiros.

De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a região das novas fronteiras agrícolas, situada acima do paralelo 16°S, abrange uma parte significativa da produção nacional de soja e milho, totalizando 69%. No entanto, apenas 34% dessa produção é escoada pelos portos do Arco Norte, que se estendem do Amazonas até a Bahia.

Em uma audiência pública conduzida pela Comissão de Agricultura (CRA), a assessora técnica da CNA, Elisangela Pereira Lopes, ressaltou a urgência de soluções para os desafios logísticos enfrentados pelo país. O senador Jaime Bagattoli (PL-RO), vice-presidente da comissão, enfatizou a necessidade de ação imediata, alertando para um possível colapso nos próximos anos se nada for feito para melhorar a infraestrutura de escoamento.

Os investimentos em portos, especialmente na região do Arco Norte, têm sido destacados como fundamentais para lidar com o aumento da demanda. A Lei dos Portos, aprovada em 2013, possibilitou a competição entre portos públicos e terminais privados, impulsionando o crescimento do setor. Além disso, o Reporto, regime tributário que incentiva investimentos em portos, foi estendido até 2028, visando modernização e ampliação da infraestrutura.

No entanto, os desafios não se limitam apenas aos portos. A falta de investimento em hidrovias e ferrovias também é destacada como uma questão crucial. O senador Wellington Fagundes (PL-MT) enfatizou a importância do desenvolvimento do modal ferroviário, enquanto a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT) lamentou a suspensão do projeto da Ferrogrão pelo STF, evidenciando a necessidade de enfrentar os entraves burocráticos para impulsionar a logística do agronegócio brasileiro.

À medida que o Brasil continua a consolidar sua posição como um dos principais produtores agrícolas do mundo, a superação dos desafios logísticos se torna uma prioridade crucial para garantir o crescimento sustentável do setor e a competitividade global.

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