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Fila quilométrica de caminhões de soja se forma em porto do Pará

Em meio à safra recorde de grãos prevista para este ano, uma longa fila de caminhões se formou nos arredores do Porto de Miritituba, localizado na cidade de Itaituba, no sudoeste do Pará. O porto fica à margem do rio Tapajós e é uma das principais vias de escoamento da produção de grãos do Mato Grosso e Pará.

 O congestionamento ocorre em um trecho sem pavimento da BR-230, a Transamazônica. Vídeos registrados na sexta-feira, 21, mostram centenas de carretas enfileiradas ao longo da rodovia. Caminhoneiros relatam congestionamentos na região pelo menos desde o início de março, quando a fila chegou a 3.000 veículos.

Além do volume crescente de caminhões, a situação é agravada pelas chuvas, que abrem buracos e formam atoleiros na via não pavimentada. Mas o problema vai além das condições das estradas. Trata-se de um gargalo estrutural da logística brasileira, que se intensifica em períodos de supersafra.

Para 2025, a estimativa é de uma colheita recorde de 328 milhões de toneladas de grãos, sendo 168 milhões apenas de soja. O problema: a armazenagem não acompanha esse crescimento. O Brasil tem capacidade para estocar 210 milhões de toneladas, bem abaixo do volume colhido. Para contornar essa limitação, produtores contratam caminhões como armazéns móveis, colocando-os na estrada antes do embarque para exportação. Para descarregar a carga no porto, cada caminhão precisa agendar um dia e hora, mas os produtores acabam antecipando o despacho e pagando diárias a mais aos motoristas, apenas para que guardem a soja que não podem estocar nas fazendas.

 “O agronegócio enfrenta esse problema recorrente por ser um setor sazonal – tudo é produzido e escoado ao mesmo tempo, numa janela curta”, diz Carley Welter, diretor de relações institucionais da Associação Nacional das Empresas de Transporte de Cargas (ANATC), conselheiro gestor do Instituto Brasil Logística (IBL), e autor do vídeo em Itaituba. “Todo ano nos deparamos com o mesmo problema de falta de armazenagem. O que se produz não tem onde ser guardado”. Além de pressionar a infraestrutura das rodovias, o desequilíbrio entre oferta e demanda de transporte encarece os fretes, elevando custos para o setor.


Fonte: Veja.

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