Projeto do Presidente da Frenlogi cria o Dia Nacional da Logística Humanitária
Texto do Senador Wellington Fagundes (PL-MT) valoriza profissionais e entidades que atuam no socorro às vítimas de desastres naturais e provocados pelo homem.
O Senador Wellington Fagundes (PL-MT), presidente da Frenlogi, aumentou seus esforços no Senado Federal para criar o Dia Nacional da Logística Humanitária. O parlamentar protocolou o Projeto de Lei 3941 em 2021 e tem atuado para acelerar a apreciação do texto. O PL institui a data no país com o intuito de valorizar o voluntariado brasileiro e reforçar sua importância no atendimento e socorro às vítimas de desastres.
Para Fagundes, a logística humanitária tem sido cada vez mais vital para a proteção, atendimento e resgate de pessoas nos últimos meses no Brasil. Além das fortes chuvas e enchentes em Minas Gerais, Bahia, São Paulo e na cidade de Petrópolis, essa logística também foi determinante para a distribuição de vacinas contra a covid-19 e ganhará ainda mais importância com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Logística contra a pandemia
A Frenlogi fomenta esse debate no Congresso Nacional desde 2020, quando o mundo se mobilizou para adquirir, distribuir e utilizar itens de saúde para conter a pandemia de covid-19. O tema tornou-se ainda mais debatido quando os primeiros imunizantes começaram a ser disponibilizados. Era necessário enviar as vacinas o mais rápido possível a todos os cantos do Brasil.
“A pandemia de covid-19 mostrou a importância de uma logística eficiente para salvar vidas em todo o mundo. Se não fosse o apoio individual e de iniciativas, às vezes isoladas, talvez a nossa situação tivesse sido ainda mais dramática – no Brasil e no mundo”, ponderou Fagundes em agosto.
Em 2021, Wellington Fagundes retomou o debate sobre o assunto durante participação no 1º Encontro Intersetorial de Voluntariado IBL Social. No dia 27 de agosto, o Instituto Brasil Logística lançou seu Guia de Logística Humanitária – material escrito e produzido em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e com o grupo LS Educacional de Brasília. O guia traz informações e orientações sobre a forma de levar insumos, alimentos, remédios e profissionais socorristas a locais em que ocorreram desastres naturais e provocados pelo homem.
O evento ocorreu na sede da Confederação Nacional do Transporte (CNT), e teve a participação de parlamentares, especialistas, voluntários e estudantes do tema. Na ocasião, também foi celebrado o Dia do Voluntariado – comemorado anualmente no dia 28 de agosto.
Durante o evento, o presidente da Frenlogi parabenizou o trabalho de todos os profissionais e voluntários que atuaram na criação do Guia de Logística Humanitária e usou a ocasião para realizar uma consulta pública a respeito da criação da data comemorativa. Posteriormente, o projeto que cria o Dia Nacional da Logística Humanitária foi elaborado e protocolado no Parlamento.
Projeto no Senado
O texto de Wellington Fagundes defende que a data seja comemorada anualmente no dia 1º de setembro. As ações propostas no projeto de lei incluem a realização de campanhas e atividades que estimulem a participação da sociedade, do poder público e privado na criação de mecanismos de prevenção, controle e resolução de demandas relacionadas a Logística Humanitária.
A intenção é “promover um conjunto de ações e dispositivos destinados ao fomento, desenvolvimento e promoção da Logística Humanitária, articulando campanhas, estudos técnicos, políticas públicas e eventos visando incentivar a população sobre a importância da Logística Humanitária no que tange os processos envolvidos na mobilização de pessoas, recursos e conhecimentos para ajudar comunidades afetadas por desastres naturais (queimadas, furacões, avalanches, erupções vulcânicas, inundações, entre outros), ou por danos provocados pelo homem”.
A necessidade de divulgar conhecimentos e debates sobre a Logística Humanitária ganhou ainda mais força nos últimos meses de 2021. As recorrentes chuvas e enchentes que atingiram o Brasil se juntam à uma nova crise global: o início de um conflito armado entre Rússia e Ucrânia. Milhões de pessoas foram afetadas e mais de 150 militares e civis ucranianos foram mortos.
“Os constantes desastres chamam a atenção para a necessidade de se estruturar procedimentos que tornem mais eficientes as ações de atendimento à região atingida. Como principal foco deste processo está a assistência à população diretamente atingida pelo desastre e, em paralelo, uma imediata implantação de medidas para reduzir a extensão dos impactos provocados pelo homem no contexto geográfico, utilizando a logística humanitária como estratégia de apoio para a redução de danos”, defendeu Wellington Fagundes no projeto.
Planeta em alerta
O Brasil e o mundo enfrentam graves desastres naturais recorrentemente nos últimos anos. Segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas em 2011, entre os anos 2000 e 2010, o Brasil foi atingido, em média, por seis eventos por ano: seis secas atingiram dois milhões de pessoas; 37 enchentes deixaram 4,5 milhões de vítimas, sendo 1,2 mil fatais; cinco deslizamentos mataram 162 pessoas; cinco tempestades atingiram 15,7 mil pessoas, sendo 26 fatais; epidemias afetaram 606 brasileiros e mataram 203; um terremoto afetou 286 pessoas; e três incidentes de temperaturas extremas mataram 39 pessoas.
A logística humanitária também tem enorme importância no combate à crise ambiental enfrentada pelo Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a quantidade de queimadas no bioma cerrado em 2021 são as maiores dos últimos 9 anos. Entre os dias 1º de janeiro e 31 de agosto deste ano, o cerrado brasileiro registrou 31.566 focos de incêndio. No pantanal, os focos de incêndio destruíram 1.391.475 hectares entre janeiro e agosto de 2020 – o equivalente à área de nove cidades de São Paulo). Já neste ano, as queimadas destruíram 556 mil hectares no pantanal, segundo informações do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
“A logística humanitária ajuda a salvar vidas, reduz os efeitos de desastres e alivia o sofrimento de seres humanos e animais. A adoção de um calendário nacional que dê visibilidade e apoio ao tema é uma medida necessária para preparar profissionais, conscientizar a população e proteger o planeta”, defende o senador Wellington Fagundes.
Texto: Rafael Oliveira, analista de comunicação do IBL e da Frenlogi.