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Estudo aponta principais ameaças climáticas em 21 portos públicos do Brasil

Relatório “Impactos e Riscos da Mudança do Clima nos Portos Públicos Costeiros Brasileiros” será usado na elaboração de políticas públicas.

O setor portuário brasileiro precisa se preparar para suportar cada vez mais eventos climáticos adversos nos próximos anos. A conclusão está no estudo “Impactos e Riscos da Mudança do Clima nos Portos Públicos Costeiros Brasileiros”, produzido pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e pela Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH.

O levantamento contém os principais riscos e impactos de mudanças climáticas em 21 portos públicos brasileiros analisados. De acordo com o sumário, os vendavais representam a ameaça mais crítica para o setor portuário nacional. Sete portos já possuem risco alto ou muito alto em relação a esse aspecto. Em 2050, esse número poderá saltar para 16.

A análise de risco climático foi produzida a partir da adesão de 21 portos costeiros públicos: Angra dos Reis (RJ), Aratu-Candeias (BA), Cabedelo (PB), Fortaleza (CE), Ilhéus (BA), Imbituba (SC), Itaguaí (RJ), Itajaí (SC), Itaqui (MA), Natal (RN), Niterói (RJ), Paranaguá (PR), Recife (PE), Rio Grande (RS), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Santos (SP), São Francisco do Sul (RS), São Sebastião (SP), Suape (PE) e Vitória (ES).

Parceria
O estudo foi elaborado a partir de um acordo assinado com a Agência Alemã de Cooperação Internacional em 2020, e será utilizado para elaborar políticas públicas que protejam e fomentem o setor aquaviário. Também estão previstas as possíveis medidas de adaptação a serem implementadas para aumentar a resiliência frente aos impactos das mudanças do clima.

“Considerando a grande importância e amplitude do estudo apresentado, espera-se que o levantamento possa ser o ponto de partida para a melhoria regulatória do setor portuário, além de se constituir um norteador de políticas públicas sobre o tema, tão importante e atual para o país e o mundo”, disse Eduardo Nery, diretor-geral da Antaq.

Vendavais
Entre os portos mais ameaçados por vendavais estão os de Imbituba (SC), Santos (SP), Recife (PE), Rio Grande (RS), Salvador (BA), Paranaguá (PR) e Itaguaí (RJ). De acordo com o estudo, o terminal recifense terá um risco climático de vendaval de 0,872 em 2030 e de 1,000 em 2050, considerando o pior cenário de emissões, caso a administração portuária não dê a atenção exigida para o problema. São necessários investimentos robustos em medidas de adaptação para evitar possíveis prejuízos no futuro.

Já os portos de Vitória (ES), Niterói (RJ), Itajaí (SC) e Angra dos Reis (RJ) foram as instalações avaliadas com menor risco em caso de vendavais. Para exemplificar, a instalação de Vitória apresentou um índice de 0,288 no cenário atual. Em 2030, esse número será de 0,357 e de 0,396 para o pior cenário de emissões em 2050, caso nenhuma providência seja tomada.

Tempestades e Aumento do Nível do Mar
O documento também traz dados sobre os riscos climáticos em casos de tempestades e aumento do nível do mar – já que os fenômenos podem impactar operações e infraestruturas portuárias. Ainda há possibilidade de os eventos acarretarem riscos secundários, como inundações, ressacas e erosão costeira.

A conclusão do relatório aponta que aproximadamente metade dos portos analisados apresentou riscos altos ou muito altos atualmente quando a ameaça são tempestades. Além disso, não são previstas mudanças bruscas no nível do risco para os 21 portos públicos, já que 16 portos apresentaram resultados constantes ao longo do período analisado.

Levando-se em conta o aumento do nível do mar, entre os portos analisados, onze deles — Aratu (BA), Paranaguá (PR), Rio Grande (RS), Santos (SP), São Francisco do Sul (SC), Cabedelo (PB), Fortaleza (CE), Imbituba (SC), Itaguaí (RJ), Recife (PE) e São Sebastião (SP) — possuirão, em 2030, risco classificado como alto ou muito alto.

Medidas de Adaptação
O estudo lista 55 medidas de adaptação para enfrentar os riscos climáticos que podem ser causados por vendavais, tempestades e aumento do nível do mar: 21 são estruturais e 34 não estruturais. Entre elas, estão a diversificação das ligações terrestres para o porto/terminal; construção de infraestruturas de abrigo; ampliação do processo de dragagem; e melhoria da qualidade dos acessos ao porto/terminal.

Novas fases
Além deste estudo, o acordo celebrado entre Antaq e a entidade alemã prevê a elaboração de levantamentos personalizados para os portos de Santos, Rio Grande e Aratu a partir do ranking climático já elaborado. O objetivo é detalhar os impactos das ameaças climáticas na infra e superestrutura dos três portos, além de produzir um relatório com recomendações gerais de medidas de adaptação para o setor portuário enfrentar mudanças climáticas.

O Instituto Brasil Logística acredita que informação de qualidade é um dos insumos mais valiosos para desenvolver a infraestrutura do país. O relatório produzido pela Antaq será de extremo valor para que terminais e profissionais se preparem caso fenômenos climáticos atinjam as costas brasileiras.

Mas não basta informação sem ação. É necessário investir recursos para modernizar os equipamentos portuários, treinar colaboradores e adaptar as infraestruturas o quanto antes. O Brasil passa por fortes eventos climáticos nos últimos 3 meses, e a tendência é que esses fenômenos se intensifiquem nos próximos anos. É necessário agir agora, e o IBL trabalha ao lado do Congresso Nacional, Governo Federal e profissionais privados para proteger o setor portuário de possíveis eventos da natureza.

Clique aqui e confira o estudo completo.


Fonte: Agência Nacional de Transportes Aquaviários.

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