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Crise hídrica: ONS projeta que reservatórios de hidrelétricas atingirão em novembro o menor nível em 20 anos

Reservatórios de Sudeste e Centro-Oeste respondem por 70% da energia produzida no país. Operador Nacional do Sistema vê situação ‘preocupante’, mas afasta risco de apagão em 2021.

Mesmo com a adoção de medidas para evitar racionamento e falha na oferta de energia, os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste devem terminar o ano em uma situação “preocupante”, embora suficiente. A avaliação é do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que assegura o fornecimento de energia ao Brasil em 2021.

Os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste são responsáveis por cerca de 70% de toda a energia produzida no país. Caso o plano de ações desenhado pelo Governo Federal e órgãos do setor for bem-sucedido, esses reservatórios chegarão em novembro com 10,3% da capacidade. Será o menor nível mensal em 20 anos. A avaliação é do diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi.

Entretanto, se as ações planejadas não surtirem efeito, o nível dos reservatórios pode cair para 7,5% — percentual em que o sistema de geração de energia entraria em colapso.

“Com as ações que propomos e estamos realizando, a gente consegue chegar em 10,3% [de armazenamento], que ainda é um nível preocupante, mas que nós não teremos nenhum problema de energia ou de potência ao final de novembro de 2021”, afirmou Ciocchi durante audiência pública na Câmara dos Deputados nesta semana.

Atualmente, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste estão com apenas 30% da capacidade para enfrentar os próximos meses, que serão de seca nessas regiões. O baixo volume é reflexo do menor nível de chuvas dos últimos 91 anos.

Já para garantir o fornecimento de energia em dezembro e em 2022, o ONS conta com o período chuvoso para encher os reservatórios, além de outras medidas. “A gente espera que nessa data [novembro de 2021], a estação chuvosa deste ano já tenha chegado e a situação seja amenizada”, afirmou Ciocchi. Normalmente, o período chuvoso vai de meados de outubro até abril, mas nos últimos anos houve um prolongamento do período seco.

Para preservar os níveis dos reservatórios até a chegada do período de chuvas e evitar racionamentos ou apagões, o Governo Federal e os órgãos do setor elétrico têm adotado uma série de medidas. Entre as ações estão o acionamento de usinas termelétricas adicionais, a autorização para importação de energia da Argentina e do Uruguai, flexibilização das operações de alguns reservatórios, emissão de alerta de emergência hídrica na região da Bacia do Paraná (que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná) e aplicação da “bandeira vermelha patamar 2” nas contas de luz, dentre outras.

O governo e as agências também estudam veicular campanhas para incentivar o uso racional da água e da energia, novos reajustes das bandeiras tarifárias, a edição de programas voluntários para deslocar horários de funcionamento de indústrias e grandes consumidoras de energia, além da publicação de uma medida provisória que concentra poderes no Ministério de Minas e Energia para agilizar processos.

“As soluções de curto prazo têm caminhado bastante bem, estão sendo implementadas, e com isso nós reiteramos que para o ano de 2021 não existe previsão de racionamento, apagão, nenhuma dessas consequências negativas”, afirmou Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS.

O Operador do Sistema Elétrico defende, ainda, a paralisação da hidrovia Tietê-Paraná, aumento da importação e da geração de energia e antecipação das obras de linhas de transmissão, entre outras medidas. “Com a entrada de mais geração já planejada e de alguns reforços nas linhas de transmissão também já planejados, acreditamos que temos condições de atravessar também o ano de 2022”, afirmou Ciocchi.

É preciso que o governo, empresários e todos os consumidores adotem medidas em sintonia para evitar um colapso do sistema elétrico brasileiro. A falta de chuvas nos últimos anos – que pode ter sido acentuada pelo avanço do desmatamento no Brasil e a deterioração climática no mundo – provocou um cenário muito perigoso para matriz energética do país.

A Frenlogi atua no Congresso Nacional e junto ao Governo Federal para prestar todo o apoio parlamentar, logístico e informacional para o Brasil superar essa crise. O momento exige que seja elevada a geração de eletricidade através de outras fontes (como as solares e eólicas), além do consumo consciente de energia elétrica em casa e no trabalho. A situação é delicada, mas a Frente está preparada para agir e ajudar o país como sempre fez.

Fonte: Portal G1

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